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#JornalismoMetô: Notebook é o aparelho preferido dos jovens conectados, diz pesquisa

Publicado no RR Online

Preço alto do tablet no Brasil influencia decisão de compra

CAROLINE GARCIA
Da Redação*

Apesar da evolução dos tablets (computadores de mão em forma de prancheta) no Brasil, os notebooks ainda são o equipamento de conexão com a internet preferido entre os jovens de 15 a 24 anos. É o que mostra a sondagem “O jovem e os Gadgets”, conduzida pelo Núcleo Jovem da Abril Mídia. Para 86,6% dos entrevistados, o aparelho ajuda na busca de informações e facilita os estudos.

Para a pesquisa, os jovens foram divididos em grupos de 15 a 18 anos e 19 a 24 anos. No grupo mais jovem, 92% considera o notebook o gadget (equipamento eletrônico pessoal) mais importante em suas vidas, seguido pelo smartphone (85%) e celular (76%).

“Os jovens classificaram o notebook como o mais completo porque eles têm acesso a internet, informações, conseguem baixar programas, softwares, música e estudar. Além de ser  portátil”, disse um dos coordenadores da sondagem, Paulo Gouvêa.

A designer Mariana Procópio, 22, abandonou o computador de mesa desde que ganhou um notebook de presente do pai no ano passado. “Levo em consideração o design. Claro que as funções e o preço também são importantes.”

Além do computador portátil, Mariana, que se considera viciada em tecnologia e chega a passar até oito horas na internet, também tem um mp3 player, que avalia como seu gadget predileto. “Ouço quando tomo banho, escovo os dentes, quando faço exercícios, quando saio na rua. Definitivamente, é o meu aparelho favorito.”

Outro ponto explorado pela pesquisa foi a facilidade em manusear os aparelhos. Para 82% dos jovens, nenhum gadget é considerado complicado de usar. “Eles já nasceram conectados e dificilmente saberiam viver sem a tecnologia. Desde pequenos já fazem tudo pela internet. A linguagem fica mais fácil de ser entendida e a adaptação às novas tecnologias é muito mais rápido do que as gerações anteriores”, falou Gouvêa.

A estudante Barbara Mendonça, 15, abandonou o método convencional de estudo e prefere usar a internet para rever os conteúdos antes das provas. “Consigo me comunicar com as minhas amigas pela webcam e elas me auxiliam se tiver dúvidas. Costumamos preparar resumos baseados nas apostilas, anotações de aulas e também pesquisas pela internet.”

Barbara passa cerca de três horas diárias estudando pela webcam e ela afirma que as notas melhoraram. “O método faz com que o estudo se torne menos cansativo e mais proveitoso.”

Hora da escolha - Os dois grupos de jovens entrevistados, no entanto, têm classificações diferentes na hora da compra. Para 83% dos mais novos, a quantidade de funções é fator fundamental na escolha. Já para aqueles entre 19 e 24 anos, a praticidade aparece em primeiro lugar, com 78% da preferência.

Essa diferença, segundo a sondagem, é porque os mais jovens, geralmente, não pagam pelos aparelhos, mas ganham de presente dos pais. “Isso muda um pouco em relação aos jovens de 19 a 24 anos. Eles dão um valor maior ao estudo do preço e sabem diferenciar o que vai ser útil no dia a dia ou não”, afirmou o coordenador da pesquisa.

Na intenção de compra futura, os tablets ganham força. Eles são os preferidos de 30,8% dos jovens que pretendem comprar um equipamento novo daqui um ano ou mais. O preço ainda é um fator que influencia a decisão, por isso a demora na aquisição do produto. “O preço no Brasil, com certeza, está muito acima do valor de outros gadgets. Apesar do esforço do governo em popularizar e criar meios para que tenha um tablet mais barato, ainda tem muita concorrência de outros aparelhos mais acessíveis”, contou Paulo Gouvêa. O iPad mais completo da Apple, por exemplo, custa R$ 2,4 mil.

Adquirir um tablet está nos planos futuros do estudante Mario Dominowski, 18. “Apesar dele não ser tão prático quanto um computador, não é tão ‘compacto’ quanto um celular, por exemplo. Se eu preciso montar uma apresentação em PowerPoint ele supre às exigências.”

Celular – O uso de celulares também foi objeto de estudo da pesquisa. A cada dez adolescentes entre 15 e 18 anos, três enviam mais de 100 mensagens por mês. Mas os gastos não são exagerados. A média da conta desses jovens é de até R$ 25.

Barbara foge um pouco do resultado da pesquisa. A estudante envia cerca de 50 mensagens de texto diariamente e gasta R$ 15 por mês. “Utilizo promoções que me permitem fazer ligações gratuitas para a mesma operadora, além de mandar mensagens ilimitadas para qualquer outra.”

Já Mario Dominowski gasta um pouco mais, seu plano mensal é de R$ 98. “Não desgrudo do celular. Quando esqueço em casa fico sempre ansioso, sentindo que algo está faltando perto de mim. Anoto todos os meus compromissos no aparelho. Virou parte da rotina.”

Para o coordenador da pesquisa, o mundo digital proporciona cada vez mais uma facilidade de organização do cotidiano. “Como todo mundo já sabe o que está a disposição, usa cada vez mais os aparelhos e facilita a vida de quem pretende se organizar.”

A sondagem ouviu 1.197 internautas no mês de outubro, 55% entre 15 a 18 anos e 45% entre 19 a 24 anos. Cerca de 90% desses jovens estudam.

*Esta reportagem foi produzida por alunos do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo

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