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Redução de juros deve estimular pagamento de dívidas

Elder Monteiro, no RROnline

Medidas tomadas pelos bancos também devem favorecer consumo

A redução da taxa básica de juros de 9,75% para 9%, realizada pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), na última semana, e a determinação do governo em incentivar o crescimento da economia do país, forçaram os bancos públicos a reduzirem as taxas do spread (diferença entre os juros que o banco paga ao mercado e os juros cobrados do consumidor). As instituições privadas seguiram a tendência, aumentando a competitividade no mercado a prazo. Essas medidas combinadas devem estimular as compras e o pagamento de dívidas pelos consumidores.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), em março deste ano, 57% das famílias com dívidas estavam inadimplentes, 21,8% tinham alguma conta em atraso e 6,7% declararam não ter condições de pagar suas dívidas.

Para o professor e economista David Dantas, a redução dos juros deve influenciar diretamente para que os endividados consigam pagar suas contas. “O nível de endividamento das famílias tem sido muito alto. A medida é fundamental para disponibilizar mais créditos para as pessoas, e, consequentemente, ajudar o consumidor a sair desta situação”, disse.

Além disso, o economista ressaltou que o juro do cheque especial também sofreu grande redução. “Todas as taxas foram reduzidas. Os bancos públicos, por exemplo, reduziram as taxas cerca de 50%”, explicou.

O cheque especial representa o endividamento de 5,9% das famílias brasileiras, segundo a PEIC. O item que é o responsável pela maior parte de endividamento da população é o cartão de crédito, que representa 73,7% do endividamento das famílias.

Dantas alega que essa redução também deve refletir no consumo de eletrodomésticos e outros bens materiais. “Obviamente que esta medida não foi tomada apenas para ajudar os endividados. Com o dinheiro que seria destinado aos juros, esses consumidores passam a comprar e estimulam a economia”, avaliou.

Segundo o economista, a crise internacional também influenciou na adoção das medidas pelos bancos. “Com a redução das exportações, já que muitos países estão em crise, o governo precisou influenciar o mercado local”, disse.

*Esta reportagem foi produzida por alunos do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo

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