Gravações digitais da história dos EUA somem mais rápido do que as de fita magnética
By Thiérri on out 1, 2010 in mídias digitais, negócios & tecnologia
Arquivos de áudio eletrônicos podem ser corrompidos e CDRs só duram de 3 a 5 anos
Novas gravações digitais de fatos da história dos Estados Unidos e antigos programas de rádio correm o risco de desaparecer mais rapidamente do que os antigos registros feitos em fita magnética, e muitos já sumiram, revelou um estudo na quarta-feira (29).
Até mesmo gravações do 11 de setembro ou as eleições de 2008 correm o risco de sumir também porque ao arquivos de áudio digital podem ser corrompidos e os CD-Rs (disco usado para gravar músicas ou dados) só duram três a cinco anos, explicou Sam Brylawski, co-autor do estudo.
- A gente acha que tudo que está na web vai ficar lá para sempre, mas esse é um de nossos maiores desafios.
O primeiro estudo abrangente sobre a preservação de arquivos sonoros também revelou que muitas gravações históricas já foram perdidas ou não podem ser ouvidas, o que inclui a maior parte da primeira década da era do rádio, que vai de 1925 a 1935.
Shows de músicos como Duke Ellington e Bing Crosby, assim como as primeiras transmissões esportivas, já se perderam. Segundo Brylawski, houve pouco incentivo financeiro para que emissoras, como a CBS, se dispusessem a salvar antigos arquivos de áudio.
Os pesquisadores dizem que os arquivos digitais são uma bênção e uma praga. Os sons podem ser gravados e transferidos facilmente, e os arquivos exigem cada vez menos espaço. Mas o problema é que eles precisam passar por manutenção constante, e as cópias precisam ser feitas por especialistas em áudio à medida que as tecnologias mudam.
Os antigos formatos analógicos que ainda existem são fisicamente mais estáveis e sobrevivem por muito mais tempo do que as atuais gravações digitais, alerta o estudo. Além disso, as rápidas mudanças na tecnologia para reproduzir as gravações podem torná-las obsoletas.
Gravações preservadas por sociedades históricas e por histórias orais de famílias também correm o risco de desaparecer, diz Brylawski. Segundo o pesquisador, “as fitas cassete são bombas-relógio porque [em breve] não poderão mais ser tocadas”.
O estudo recomenda várias soluções, que serão seguidas por um Projeto de Preservação de Gravações Nacionais que está sendo desenvolvido pela Biblioteca do Congresso no final deste ano. Segundo o estudo, é necessário criar faculdades para arquivistas de áudio para melhorar a preservação.
Os pesquisadores explicam que, quanto mais cópias de gravações históricas existirem, melhor. O estudo também sugere mudanças na lei de direito autoral americana para ajudar na preservação.
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