JUCA: Como descrever algo indescritível

Gabriela Almeida, especial para a Salseiro

A Gabriela tem uma história bem legal, que mostra bem como é o JUCA da Metô

O tão esperado feriado de Corpus Christi se aproxima e, como se tivesse acontecido ontem, me lembro do meu primeiro JUCA (não que ele tenha acontecido há muito tempo, mas ok!).

Tudo começou no meu segundo ano de faculdade. Desde pequena joguei handebol e, quando entrei na Metô, senti falta das aulas de educação física que tinha no colégio.

Comentei isso com uma amiga um dia e ela me contou que estava treinando com um time formado por meninas de diversos cursos de comunicação pra um tal de JUCA. Pensei comigo: “Mas que p… é essa?! Quem é esse Juca, o técnico?!” . Relutei muito até resolver aceitar o convite de aparecer em um treino do time de handebol da Comunicação Metodista e, vencida pela pressão, compareci na primeira seletiva do ano (2010).

Fui muito bem recebida por meninas que me falavam sobre o que é jogar um JUCA e o espírito de disputá-lo pela Metô. Os treinos passavam, a pilha de ir pro JUCA aumentava, a vontade de ouvir toda a raça e tradição da bateria mais louca que há crescia e eu não via a hora de entrar em quadra vestindo o manto laranja e entender o que minhas companheiras de time tentavam me explicar.

Chegou o grande dia. A estreia foi em Araraquara contra o time da PUC-SP. Eu, que joguei handebol 10 anos da minha vida, nunca…NUNCA tinha sentido a emoção de jogar perante 4 mil pessoas, algumas gritando teu nome, outras torcendo pelo seu erro a cada bola, mas todas ali por um mesmo sentimento: amor pela sua faculdade.

Nesse dia eu comecei a entender o brilho nos olhos das pessoas quando falavam de JUCA, seja atleta, torcida (contra ou a favor), atlética, apoio, todos. Mas tem coisas que acontecem em especial no JUCA que só quem sente sabe a adrenalina que é.

Em 2011, estávamos lá de novo para encarar mais uma batalha. Estreia contra a Belas Artes. Time das meninas deu um sufocozinho na gente, mas passamos sem muitos problemas. Placar até considerado largo: 12 x 6.

No dia seguinte, pegamos a ECA-USP. Nunca mais na vida vou me esquecer desse jogo. Começamos super bem, abrimos uma diferença tranquila, até que, com 13min do primeiro tempo, não simplesmente uma das melhores atletas do nosso time, mas uma IRMÃ (branca) minha se machuca. Fratura a tíbia e rompe o ligamento, ali, do seu lado. O time inteiro desestabilizou, começamos a errar bolas que não erraríamos. A diferença, que estava relativamente larga, caiu para apenas uma bola no segundo tempo. E manteve-se assim até os 30seg finais, quando a ECA empatou o jogo, o que levaria a partida para o tiro de sete metros (o famoso pênalti no futebol).

Fomos para o ultimo ataque e eu só pensava em tudo que a gente treinou e que todo o sangue que demos durante todo semestre não poderia acabar em tiros de sete metros. Foi ai que nossa central sofreu uma falta dentro da linha dos seis metros e, quando olhamos para o cronômetro. Ele estava zerado, o que significa que, como o juiz apitou a falta, a mesma deveria ser cobrada diretamente pro gol (ou seja, as 6 jogadoras de linha se postam em frente a bola, atrás delas, temos a goleiro, o que torna muito difícil a batedora da falta fazer o gol). Por ser a mais alta do time, fui bater a falta. Lembro que a última coisa que olhei foi o desespero da então presidente da Atlética da ECA e no quão tenso seria ter de ir para a cobrança de sete metros. Pra ser bem sincera, bati aquela falta sem nem saber em que lugar, só me dei conta de que tinha sido gol quando olhei pro lado e vi uma nação laranja gritando, pulando, jogando cerveja pra cima…!

Esse é o tipo de emoção que nunca, em lugar algum vou sentir de novo! Ver teus amigos, conhecidos, pessoas que nunca viu na vida, te empurrando e incentivando é algo inenarrável! E é por isso que quem é da Metô ta lá na raça, pelo sofrimento, mas sempre apoiando!

Que venha o JUCA 2012 e esse amor pelo laranja e preto cresça cada vez mais!

E ah! A amiga que se machucou e ficou um ano parada foi homenageada com esse gol!

VAMO METÔ!!!!!!

Gabriela ‘Saco de Pão’ Almeida está no sétimo semestre de Relações Públicas da Metô e vai para seu terceiro JUCA defendendo o manto laranja e preto

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