Metodista twitter

RSS Feed for This PostCurrent Article

Universitários guardam “cola” no celular e consultam internet durante exames na Espanha

Texto publicado originalmente no La Vanguardia

Em seus “smartphones”, vários estudantes guardam as anotações de todo o semestre, têm conexão com a internet e, se preciso, pesquisam as respostas das questões da prova no Google

Fins de janeiro. Quase 90 estudantes de política e sociologia da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), na Espanha, enfrentam seu primeiro exame.

Um professor distribui as perguntas e os alunos se preparam para respondê-las de caneta e celular na mão. Em seus “smartphones”, vários estudantes guardam as anotações de todo o semestre, têm conexão com a internet e, se preciso, pesquisam as respostas das questões da prova no Google.

Inclusive – pondo em prática o trabalho em rede tão facilitado pelas novas tecnologias – enviam mensagens através de Whats app ou BlackBerry Messenger para trocar respostas e ajudar os companheiros que não sabem o que responder. Um exame colaborativo. Era a prova da cadeira de ciência política, no primeiro ano, e a mostra de que a cola no celular pegou nas universidades.

Os smartphones levaram ao extremo a arte da cola, como explica I. –que prefere não revelar sua identidade para não ser acusado de alcaguete por seus colegas. É aluno do primeiro ano da Faculdade de Política e Sociologia da UAB, e no dia de seu primeiro exame ficou perplexo.

“Começamos, e um grupo de companheiros puxou seus Blackberries; tinham arquivos de word com as anotações guardadas e trocavam mensagens para conferir as respostas”, lembra. “Foi alucinante, as pessoas tinham o celular em cima da mesa e não usavam o relógio deliberadamente, para fingir que olhavam a hora no telefone”, acrescenta.

O professor nada percebeu. “Somos muitos na classe, e é difícil que uma pessoa controle a todos”, justifica I. Também pode ser que o professor não pensasse que universitários, todos maiores de idade, recorressem a esse truque para avançar em uma carreira. “Suponho que os professores mais velhos não estejam acostumados a esse celulares, e por isso não sabem tudo o que podem fazer. Nem eu mesmo tinha pensado em usar o Blackberry no exame”, diz I. Alguns professores continuam ancorados nos tempos da cola na caneta Bic.

No último Natal, o principal presente para muitos adolescentes foi o Blackberry Curve 8250, um dos modelos mais básicos e baratos, mas com todos os elementos necessários para se transformar em uma potencial grande cola. “Teve tanto sucesso que muita gente na universidade está comprando esse modelo para poder copiar nos exames”, afirma I. Alba, uma amiga dele e estudante de jornalismo na UAB, concorda. “Cada vez é mais comum recorrer ao celular nos exames, mas só com determinados professores –os que não vigiam tanto ou fazem exames nos quais é preciso decorar. Acontece em todas as universidades.”

O uso do celular como cola já é tradicional nas escolas secundárias, mas ali os professores desenvolveram técnicas para evitá-lo: ou proíbem diretamente levar o celular para a classe ou preparam exames em que algumas anotações não bastam para aprovar. Nas carreiras técnicas e de ciências o “celular-cola” não é tão difundido exatamente por esse motivo.

Carles C., aluno do primeiro ano de engenharia mecânica na Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), afirma que ele também viu alguns estudantes dessa universidade utilizarem o celular, embora em pequeno número: “Nossos exames não são aprovados com algumas anotações, em todo caso serve para sair da reprovação e conseguir um 5 justo, mas não para tirar boas notas”. Os professores não proíbem o celular na classe, segundo explica Charles C.

Alunos de medicina da UAB também afirmam que os “celulares-colas” brilham por sua ausência nesse curso. “Aqui as pessoas estão acostumadas a estudar”, afirmam. No entanto, em cursos no âmbito de ciências sociais e humanidades são cada vez mais frequentes, segundo explicam estudantes.

A. M., 22 anos e aluna de direito da UAB, admite que usa seu Blackberry com esses fins. É um fenômeno que se estende por toda a Espanha. Victoria L., 18, estudante de odontologia na Universidade de Sevilha, afirma que é comum ver companheiros usarem essa “técnica”. “Os professores deveriam requisitar os telefones”, diz, como acontece no secundário.

Para os companheiros de I., a jogada deu certo: “Na quarta-feira divulgaram as notas desse exame e os que usaram Blackberry tiveram notas melhores, o que vai motivá-los a continuar fazendo isso”.

via UOL Internacional

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Share

Trackback URL

RSS Feed for This Post1 Comment(s)

  1. Manolo | mar 28, 2011 | Reply

    Já fiz isso com meu Nintendo DS, com 2 amigos…
    e ainda dava pra jogar mario kart!

    \o/

9 Trackback(s)

  1. From Emmanoel Messias | mar 15, 2011
  2. From Sérgio Pavarini | mar 15, 2011
  3. From Aline | mar 15, 2011
  4. From Guilherme Gomes✔ | mar 15, 2011
  5. From Thalys dos Reis | mar 15, 2011
  6. From Elayne Araujo | mar 15, 2011
  7. From Thiago Chapine | mar 15, 2011
  8. From Luiza Passos | mar 15, 2011
  9. From Fabio Alexis | mar 16, 2011

RSS Feed for This PostPost a Comment